Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: julho 2006

terça-feira, julho 25, 2006

3 minutos antes da lua nascer

Que noite é esta que me acontece cá dentro?
Numa forma de perturbação indistinta
O silêncio soa bem mais que o próprio som

Este som que inquieta que não rasga nem peca
O caminho da vida que teima curvar para a morte
Aprazando-o com olhares frescos de eternidade

Acalmando-o dá conforto e dá vontade de viver
Só tu me ecoaste na derradeira pele que me liberta
Sob esta lua velada que esconde tal encantamento

Saro em ti feridas onde tempestades ocorreram
E vagueio a minha sombra no brilho da tua luz
Permitindo que o teu nome emocione estes versos

Nesta noite não sou nada, sim eu sei não sou nada!
Num som forrado de espinhos sangro este teu toque
E fecundo murmúrios por entre o vazio dos luares

Ó cinza fátua da incerteza – o que restou de mim?
Embalo no beijo fundo ecoado em chamas infinitas
E estendo um sorriso rendido sob o véu do céu polido

E cada noite ecoas ardente e sou tocado novamente
Imóvel ao sabor do vento soprado pela lua
Apenas silencio-me e contemplo o brilho do teu som

Volúpia de Inverno (veneno ténue e imortal)
Gritas excitante bem dentro deste meu sorrir
E num veneno a lábios imploro num sorriso a derrota
Nesta noite nossa que me acontece cá dentro