Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: maio 2012

terça-feira, maio 22, 2012

Suicídio do cisne

Olhar vertido… sinto a dor no ventre,
A felicidade tem-me sempre abandonado.
Ballet triste da minha vida…

Lágrimas de coisas, fé, dor e amargura,
Converto-me em tons agudos de piano
Sobre as arestas do papel que foi árvore.

Deliro no porquê da antítese da obra de arte.
Como não dar valor ao melhor que possuímos
E valorizar contínuas destruições do pleno?

Escassos porquês apertam e esmagam o peito
Entre a dispersa luz silenciosa que soluça,
Não suporto mais este sangrar em pontas.

Perdoa-me estranha e incumprida vida
Mas não consegui evitar o futuro negro
Que a vidente destinou para fazer outros voar

…Eram 11 horas e 3 minutos quando caí.
Mas mesmo enterrado vivo murmurarei,
Pois este outro respirar... foi a minha vida.