Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: julho 2005

sexta-feira, julho 08, 2005

Não há orquestra

Evoco o Luto
E cubro-me numa noite de dor

(Preso)
Olho o papel vazio
Não sei o que escrever
Chorei horas a fio
Tentando lavar o inevitável
(Deploro)
Ó Tu Pseudo-Deus
Não sei quem é, mas odeio-te!
Como pudeste levar rascunho tão perfeito
Deste teu tecto grosseiro
(Odeio-me)
Morro no silêncio do meu interior
Escrevo e sofro
Destilando sensações contraditórias
Sujas nesta imensa sociedade
(Quero-te)
Apercebo-me no vazio
Completas a parte louca da minha vida
És a mentira que tornei verdade
Numa dor que recuso provar
(Repouso e minto)
Fecho os olhos neste instante
E te desfaço no papel
Como um mero eufemismo
Languidamente romântico
Escondo quem tu és
Mostro que nunca foste

Deito uma flor sobre a tua campa
e cubro-me numa noite de dor