Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: Outonalidade do tempo

segunda-feira, outubro 24, 2011

Outonalidade do tempo

Entre nós não importa o frio desta noite,
Apenas as folhas que caem no tempo
Numa corrida espiral até atingir a terra.

Sopros ceifam a terra, destroem tudo o que passa.
Escutamos o velho vento troando, trazendo notícias
E vemos figuras difusas por entre as luzes embaciadas.

Mas agora pernoitamos aqui, abraço o teu corpo e alma
Destranço-te o cabelo,  aqueço o teu átomo em massa
O pó – Em barro – Argila amassada sem água

Toco e contemplo ser que se transmutou na mão do Oleiro.
Mapeio fina curvas dos seios e seguro as coxas intensas
Abraço despido e adormeço na espiral da morte provada

Embaciada, de manhã a tela marca as cores pintadas na noite
 Impregnado acordo dorido num gélido lugar de silêncio.
Barrentos lençóis marcam onde tudo entoava a tua ausência

Absorvido e amarelado olho para o tecto e escrevo o sorriso.
Queimo no desejo por voltar a alegrar altiva substância
Sacramento de reconciliação da matéria,
Escultura de Outono

1 Comments:

Blogger osimachina said...

a vida pode ser a maior obra de arte

8:13 da tarde  

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