Outonalidade do tempo
Entre nós não importa o frio desta noite,
Apenas as folhas que caem no tempo
Numa corrida espiral até atingir a terra.
Sopros ceifam a terra, destroem tudo o que passa.
Escutamos o velho vento troando, trazendo notícias
E vemos figuras difusas por entre as luzes embaciadas.
Mas agora pernoitamos aqui, abraço o teu corpo e alma
Destranço-te o cabelo, aqueço o teu átomo em massa
O pó – Em barro – Argila amassada sem água
Toco e contemplo ser que se transmutou na mão do Oleiro.
Mapeio fina curvas dos seios e seguro as coxas intensas
Abraço despido e adormeço na espiral da morte provada
Embaciada, de manhã a tela marca as cores pintadas na noite
Impregnado acordo dorido num gélido lugar de silêncio.
Barrentos lençóis marcam onde tudo entoava a tua ausência
Absorvido e amarelado olho para o tecto e escrevo o sorriso.
Queimo no desejo por voltar a alegrar altiva substância
Sacramento de reconciliação da matéria,
Escultura de Outono
1 Comments:
a vida pode ser a maior obra de arte
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