Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: Sanguessugas

domingo, setembro 05, 2010

Sanguessugas

Turvo dos monólogos a Baco

Paro num largo ensurdecedor

E reparo por entre as gentes,

Mentes vagas loucas e felizes

Cursando ruas sem as percorrer.

Marcam cantos, vomitam álcool

Até chegar aos beijos seus.

Vivem! São felizes,

Sabendo ácidos que não voltam mais

Consomem-se aberto-desorientados

Repletos de gostos, tacto e odores

Sem vencedores e sem castigos:

Convidam desejos

Compulsam instintos

Entregam-se a açoites

Encontram gemidos

Ajudam a amar, param e escutam-se.

Sanguessugas

Renascem do prazer ao amanhecer

Com lábios embriagados de prazer.