Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: Estranha forma de dança

domingo, dezembro 18, 2011

Estranha forma de dança

Esboço curvas e pontos na superfície do papel
Ritmos líquidos de imperceptibilidade vazia
Pedaços de um ser inexplicável que sou eu.

Fluo na leitosa carne prensada da árvore
Numa musicalidade que me mata e ressuscita
Qual miopia luminosa, nunca me permiti ler.

Agora preparo-me na perfeita imobilidade do ser
E traço tal singular consciência como sacrifício
(A ponta do lápis que quebra perante tal crente).

Inalo e perco-me num complicado ser inacabado
Afio a casca - derramo cinzas e madeira no papel
Castigo a ponta contra a folha e forço-me a sair

Navego no lado de dentro dos meus olhos
(Fito o acto esquivo no gesto que imprimi)
Fechadura de uma enorme neblina que se recusa abrir
Coexisto em metades - convexos olhos misteriosos

Qual é a certa e a errada?


Penso no vazio