Suicídio do cisne
Olhar vertido… sinto
a dor no ventre,
A felicidade
tem-me sempre abandonado.
Ballet triste da
minha vida…
Lágrimas de
coisas, fé, dor e amargura,
Converto-me em tons
agudos de piano
Sobre as arestas
do papel que foi árvore.
Deliro no porquê
da antítese da obra de arte.
Como não dar valor
ao melhor que possuímos
E valorizar contínuas
destruições do pleno?
Escassos porquês
apertam e esmagam o peito
Entre a dispersa luz
silenciosa que soluça,
Não suporto mais este
sangrar em pontas.
Perdoa-me estranha
e incumprida vida
Mas não consegui
evitar o futuro negro
Que a vidente destinou
para fazer outros voar
…Eram 11 horas e 3
minutos quando caí.
Mas mesmo enterrado
vivo murmurarei,
Pois este outro respirar...
foi a minha vida.