Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: janeiro 2006

domingo, janeiro 29, 2006

A noite desce na cidade

Filmo-me em silêncio
(Sou o sujeito que outrora não fui)

Olho em torno da minha infância
E choro fendido no papel

Ó amarga essência da inocência
O meu poiso é ainda incerto

(Oscilo as cordas vocais
E contorço todos os meus músculos)

A Cada respiração um gemido,
Um gemido de dor e de amor
Vozes ocultas parecem perguntar
Porque nos separamos – decerto!

(Derramo tabaco no tema despido)
Tinha devaneios, porém estendi

Esta doença tão suja, que me come
E me queima selvaticamente!!

Palavras violentas que ao serem ouvidas
Cavaram agulhas no meu corpo partido

Deito-me contigo e nada escondo:
Morro, nasço e torno a morrer
Morro, nasço e torno a morrer

Sujo de tinta a mão esquerda

E torno a lançar para o ar o meu ser