Vapor pintado a vermelho
Caro amigo – Melhor poeta moderno!
Somos monstros, mas merecemos viver.
Trocamos cabeças em romances baratos,
Pensamos na mágoa da árida crosta crua,
Dançamos no silêncio vazio das folhas,
Masturbando a dor que gravamos no papel.
Somos Homens, treinadores imaginários,
Miramos narrativas que fazem sentido.
Tocamos nas letras como o cego aborda a vida,
Cheiramos as coxas, perdemos a cor.
Somos dois animais, pois ambos temos fome
Rangemos os dentes, fechando a alma da dor
Caro amigo – Eterno poeta, Eterno!
Velho sangue que já foi Homem.
Agora sou o monstro que tu logo foste,
Torturando desejos no meu perpétuo passado.
Engravidas-te a minha imagem presa no televisor,
Não sei dizer o certo, só deixaste o errado.
Paguei uma vida simples, pequei o teu pecado.
És o homem do livro que sabe o antigo,
Sorrindo na capa (modelo cartão de visita).
Descolaste as frases que eu colei na mente,
Sou o reflexo alado do teu espelho de vida,
Quebrado fetiche, numa ténue vida comum.
Somos monstros, mas merecemos viver.
Trocamos cabeças em romances baratos,
Pensamos na mágoa da árida crosta crua,
Dançamos no silêncio vazio das folhas,
Masturbando a dor que gravamos no papel.
Somos Homens, treinadores imaginários,
Miramos narrativas que fazem sentido.
Tocamos nas letras como o cego aborda a vida,
Cheiramos as coxas, perdemos a cor.
Somos dois animais, pois ambos temos fome
Rangemos os dentes, fechando a alma da dor
Caro amigo – Eterno poeta, Eterno!
Velho sangue que já foi Homem.
Agora sou o monstro que tu logo foste,
Torturando desejos no meu perpétuo passado.
Engravidas-te a minha imagem presa no televisor,
Não sei dizer o certo, só deixaste o errado.
Paguei uma vida simples, pequei o teu pecado.
És o homem do livro que sabe o antigo,
Sorrindo na capa (modelo cartão de visita).
Descolaste as frases que eu colei na mente,
Sou o reflexo alado do teu espelho de vida,
Quebrado fetiche, numa ténue vida comum.
4 Comments:
xipismo
muito interessante este teu poema. poderia dizer mta coisa mas então ficaria dias a falar. ou melhor, a escrever.
um beijo imenso
Amigo Ruben, caro colega poeta moderno. Parece-me que estou numa espécie de depressão literária há já algum tempo. Não escrevo, não leio, e quando escrevo nunca faço grande coisa, e quando leio nunca estou em sintonia perfeita com o que leio.
No entanto, é óbvio que tenho vindo sempre ler os teus poemas simbolistas (ou surrealistas, não sei, mas também não interessa). São sempre muy agradabeles e, embora a certa altura eu receei uma estagnação, rapidamente os meus medos se dissiparam e vi que o que o meu amigo chipista tem é uma forma de expressão muito própria e coerente, ao contrário do josé - o outro lado da moeda chipistó-literária - que está sempre a fazer coisas diferentes e é (e foi sempre) incapaz de manter alguns princípios unificadores no que escreve. Isto, claro, com tudo o que tem de mau, e de bom, para ambos. Estas diferenças, aliadas às próprias diferenças temáticas entre nós (se calhar nem tanto temáticas, mas mais formais), fazem com que a poesia chipista seja ainda mais rica, mais DOIRADA!
E pronto, eu queria mesmo era comentar, pois não comentava há algum tempo porque como disse não ando muito virado para a poesia (agora ando mais na prosa), mas teve que ser, porque chipista que é chipista está sempre a par do que os colegas chipistas estão a fazer, e eu sou um verdadeiro chipista e com muito orgulho! Chipismo? Sim!
Acho que deves continuar com os teus escritos aqui no blog. Talvez um dia consigas escrever um livro que - já sabes - será lido pelo menos por mim e pela outra moça. Isso, ao menos, já é garantido.
E penso que me despeço aqui, e peço desculpa pela eventualidade de, numa mensagem tão grande, não ter dito nada de interessante. É claro que gostei do poema, embora não me pareça que o tenha compreendido na perfeição. Mas isso não interessa, até porque nunca me preocupo em compreender os poetas na perfeição porque a poesia não é uma ciência mas sim uma arte. O que interessa são as sensações.
De outro modo o meu poeta favorito nunca seria Jean-Arthur Rimbaud, o caso paradigmático do simbolismo. Cá está, este homem tinha o chipismo a correr no sangue, mas ainda viva numa certa inconsciência em relação a isso!
Me despeço então, em paz chipista. Que o chipismo fique na história - se não do Mundo - pelo menos dos seus fiéis membros. Isso vai ficar sem dúvida. Um dia lançaremos, juntos, um livro de poesia chipista. E vai ser um sucesso, meu amigo, UM SUCESSO!
Paz para ti, que eu vou agora mandar-te a password do chipismo no deviantart.
E espero que, se por acaso um dia o josé se suicidar, não desça muito muito na tua consideração! =D
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