Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: Poeta animal

domingo, dezembro 19, 2004

Poeta animal

Degolo rostos nocturnos desprovidos,
E o som melodioso dos seus gemidos
Ensopados, desfeitos e vomitados,
Num intenso luar urbano de tons negros.


Suspiros decompostos ansiando o deleite,
Num violento pesadelo de cortes surdos.
Observo e absorvo, mas não consigo tocar.

Pedaços vomitados na seda da noite,
Masturbados na terra sem audácia e brilho,
Cariam os corpos deitados sem sentença,
Numa estrada aberta que conduz ao frio.

Sonâmbulos do mesmo leito pintado,
Cegados por um raiar pérfido e lento.
Sujos com sangue e carne mastigada,
Com almas semelhantes à morte,
Retrato o acto que devora o meu ser,
Num culto que se destrói no ventre da lua.


Pois quero ficar com a as palavras do todo,
E penetrar no escrito aberto da ternura.
Mordido pelo olho do animal disforme
Que arranca devaneios de corpos desfeitos.

5 Comments:

Blogger osimachina said...

é nisto k dá o vinhu....

5:22 da manhã  
Blogger LadyFullMoon said...

Gostei bastante do teu blog, fiquei cliente, obrigada pelo comentário no meu canto!

1:05 da tarde  
Blogger Shadow said...

Olá. Se é nisto que dá o vinho, espero que esse instinto dionisíaco se entrenhe mais vezes.
Este é dos poemas a que eu só não chamo de perfeitos pois não acredito na perfeição como algo existente. Adorei.
Kisses*****

10:19 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

quanto a este só tenho a dizer... és um poeta animal! Xipismo animalista! Cá está!
lol
um natal cheio de bonitas prendinhas só para ti. Já pensaste em publicar um livro!?!? Lol
paz

6:02 da manhã  
Blogger osimachina said...

pa feliz natal e um ano de 2005 em grande e smp com estilo!!!!*************

3:01 da tarde  

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