Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: O Verme

domingo, fevereiro 19, 2006

O Verme

Tal não é justiça poética, é aquilo que sofri
Nem é mero devaneio de um tempo trucidado
Mas uma daquelas noites que ninguém ousou amar
Por isso choro, choro um grito abafado no papel
Em ruínas pactuo, e pinto de vermelho a tela
Encosto o rosto à janela e segredo o tempo sem horas
Sombras densas aspiram o tempo que não lhes pertence
Esculpem o ar e aguardam a chuva
Caindo a prima gota, encharco as flores e apago a luz
(Tenho vergonha do meu corpo)

Conduzo a noite num objectivo inabalável do ser
Ninguém te quer, és mais sonho que comoção
Condeno-me no conforto do teu colo pérfido e hostil
Sob olhares atentos que apenas respondem à lua
Registo-te (pinto e fotografo) sob iluminações débeis
Pergunto-me e beijo-te num mundo antípoda
Sou um louco, filho velho, mas tu és bela e anacronismo!

5 Comments:

Blogger osimachina said...

"no hay banda, no hay orquestra!!"

7:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

sempre com belas palavras chipistas para nos oferecer. o josé convicto passou por aqui, e gostou do que leu pá!

2:30 da manhã  
Blogger SpiritMan aka BacardiMan said...

Passei por aqui, vi, li e gostei! Bonito sim!

Bjs mixed by Jameson 12 anos!

4:23 da tarde  
Blogger GNM said...

A procura,
Anseio impassível,
Econtro? Sim; Não;
Como, quando, porque..
Paz!
No final tudo se
afunda em puro prazer...

Fiquem bem!

3:36 da manhã  
Blogger Feeling said...

Antes de mais obrigada pelo teu comentario no meu "cantinho". E deixa-me dizer que fiquei deliciada com este poema.

Beijinho

6:50 da tarde  

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