Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: Mergulho na pulsão

terça-feira, dezembro 08, 2009

Mergulho na pulsão

Quente e molhado
De corpo bem rijo acordo da imaginação.
Sinto o cheiro a terra molhada na minha pele,
Órgão que esconde delícias, drogas e mistérios.
Procuro uma fonte de água, preciso de beber,
Tenho a garganta seca num corpo humedecido.
No sonho infernal vivi dentro de um anjo especial
E agora me apercebo do veneno de puro prazer.
Não quero acordar, olho ensonado e estou só,
Quero dormir, soporíferos para adormecer,
Apenas quero voltar a entrar, ainda sinto o cheiro
E os lábios inchados na ponta da minha língua.
Começo a sofrer com o pulsar deste meu corpo.
Rápido, envolvo-me debaixo das longas sedas de lã,
Os calcanhares batem no escuro na procura de calor
E as mágicas mãos quentes procuram a fonte,
Conduzindo-me no gemer a uma nova invasão.
Usufruo do grito da entropia desse sonho.
Hoje escrevo, estou quente e molhado.