Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: A Missa

domingo, novembro 29, 2009

A Missa

Uma da manhã, só quero partir para longe.
Tomo um duche quente para tirar o cheiro.
Meto-me nojo, salto na ponte da consciência.
(Liberto -me sem escrever tudo o que sei)
Mas não morro ó meu brilho ilusionista!
Escrevo memórias que vivem no meu medo,
Formas escuras que procuram os teus seios,
Desde o crítico ao Joseph Beuys, sim eu sei.
Cáusticas amizades próximas neste afecto!
Passeio os dedos no teclado da mente,
A pele molhada do banho oferece-me choques,
Dores de prazer matam-me sem querer!
Tenho que limpar o que resta dessa aparência.
Um poeta so escreve quando é confrontado:
Uma, ou pelo mascimento ou pela morte.
Será possivel eu escrever sobre as duas?
Choro pela coisa mais linda desta vida
Contudo sempre pedi este truque de magia,
Mas nunca soube bem como era praticável.
Pensava que só uma mãe conseguia decifrar!
(Virtude que não prezais pois sabe demais).
Hoje mergulho e lavo, sou meio-homem não tolo
Sei desvendar um truque de réplicas a prazo.
Contorço num arrepio para aquecer o corpo
Suprimindo os abismos criados dentro de mim
Sei que sempre serei teu, mesmo sendo infeliz
Não sei o que é dormir, longe também não sou feliz
Amar-te-ei para sempre
(Acredita que só no teu amor exponho a minha solidão)
Respiro, reavivo-me e rodo a chave num voto confiança
Fui consagrado no mais puro perdão e aguardo
Com um corpo frio por um actos e beijos seus
E pela perpetuidade que em vós permanece.