Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: Lua Cheia

sábado, abril 15, 2006

Lua Cheia

Sob o luar sinto dentro do meu peito
O silêncio clamar por sonhos grandiosos
E por entre as sombras abismais da lua
Hoje evoco o teu abraço numa forma só

Diante de nuvens que escondem a lua
Somos dois corpos que se fundem no calor
Tocamos, as minhas mãos também são tuas
E por um doce momento, estamos inteiros
Respirando esta noite sagrada (só nossa)
Como loucos, unos, amantes, amortecidos
Sob uma lua que sangra tal perfume fundo
Ou um narcótico tão leve e suave
Que consome o nosso medo de viver
E nem sentimos o tremendo fardo do tempo

Nesta contemplação que nos rasga o peito
E levita juntamente no bater da sensação
Onde a chama da lua nos ampara e seduz
Na ténue linha insondável da escuridão