Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: Fecho os olhos

domingo, abril 09, 2006

Fecho os olhos

Sinto-me tão disperso neste mar
(Justo) matando erros de tempo
Do relógio feito pelas horas do sol
Afundo-me no tempo
Sou apenas um ponto
Meio-morto pernoito no porto vazio
Por entre as espessas colchas das horas
Enrugado e ilusório, sem forma alguma
Quase não me vejo e o sono mão me serve
Nesta noite velejante de silêncios naufragados
Corto-me e sangro na origem sobre o mar
(Sou apenas um ponto)
Ó pássaros de sonhos de alas rasgadas
Escutem agora mesmo estas preces
Pois se há mistério
No velho espelho cego preso no escuro
Também há lento deslumbramento
De dia
Com as dúvidas da insónia
(Ponto)

6 Comments:

Blogger osimachina said...

!*

2:19 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

o espelho é como todo o bom cego, vê para além das aparências.

1:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

eu aprecio, mas olha, o que me apetece dizer-te é que invejo os comentários convictos que recebes por aqui. eu não tenho essa sorte.
eheheheheheh gandamaluco!
bem, e já deves estar de férias hein, mui bien caro colega chipista.
chipista uma vez, chipista sempre.
é tudo o que tenho a dizer. convictamente.

12:25 da tarde  
Blogger GNM said...

JARDIM DO ÉDEN

Descobri que não existo realmente.
Sou apenas fruto da minha imaginação.
Toda a minha vida não é mais que um jogo imaginário.
O meu mundo, escrevi-o ao meu gosto.
Vivo num paraíso particular:
O meu Jardim do Éden.
Sim! Escrevi-o ao meu gosto,
Escrever é a única coisa que me prende,
A única coisa que me liberta,
Aqui, no mundo dos homens…
É a sensação mais lasciva e hipnótica que já vivi.
É arder no fogo da minha imaginação.
Queriam-me um cidadão bem comportado?
Queriam-me aparente, frívolo, domesticado?
Jamais serei rato da gaiola de testes de ninguém.
Renasço sempre que o meu cérebro
Explode como uma granada.
Não temo a insanidade.
A cada dia que passa a folha do calendário cai
Como as folhas das árvores no Outono,
E a cada novo dia que olho o calendário
Sei que posso estar a olhar para a data da minha morte.
Livrem-me da neblina cinzenta do quotidiano,
Da vidinha dos dias insípidos, secos, descolorados…
Na minha vida quero que tudo seja mítico,
Ou que tudo esteja morto.
O meu mundo envergonha o arco-íris,
A realidade é sépia como uma fotografia velha.
Nada é tão decepcionante como viver a realidade.
Basta de pensar nela.
Vou apagar a luz e abrir o portão...

12:40 da tarde  
Blogger osimachina said...

... ta muito o bom o texto!!

4:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Passei para desejar uma Páscoa muito feliz!
Beijinhos,
Daniela

8:45 da tarde  

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