Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: Fase da vida

quinta-feira, setembro 23, 2004

Fase da vida

Ela construiu muros
De granito à sua volta

Evitando a confrontação,
Reforçou o seu castelo,
Fazendo fachadas mais fortes.
Cada palavra abrasiva que suportou
Construiu outra camada.

Atrás do muro,
Nesse campo de concentração
De câmaras de gás abstractas.
O seu rosto transparente parecia petrificado.

Um sorriso morno ou comprimentos falharam
Em descongelar a imensidão gélida dentro dela.
Dentro da chaleira ao lume,
A água evapora
Num som ancestral
Anunciando a próxima paragem.

A expressão áspera dela
Era destituída de sentimento.
Ela não podia conferir amor
Ou recebe-lo.
As ondas tumultuosas embateram
Contra as paredes (mas o esforço foi em vão).
Mil arco-íris corromperam
O pôr-do-sol infectado.

Sem vacilar, ela espreitou por baixo da torre.
A espuma branca saltou mais alto,
Mas ela estava sempre um passo à frente.
Só a determinação inexorável
E o amor sem retorno

Entraram, abrindo o portão de ferro.
Com um coração lânguido,
Intencionalmente amarrou amores e
Atirou-os do precipício
Para o sombrio, mar frigido.

Afogando-os …
Os Romeus foram levados pela corrente,
Para longe dos seus sentimentos.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

hehe gostei deste texto, reconheço na tua personagem uns certos ares de tipa melancólica!
lol
gostei deste, tem ritmo, boa apresentação, acho bastante interessante embora o tema não seja muito do meu agrado, bem... vemo-nos no tivoli!!!

9:03 da tarde  

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