Resignação nua e violenta

Resignação nua e violenta: novembro 2011

segunda-feira, novembro 14, 2011

Primeiro poema das Tempestades

Um novo perfume desperta-me o olfacto
E põe-me a desvendar um fogo hormonal cravado na noite.
Que ar é este? Uivo e corro excitado nos seus rios e caminhos,
Esse aroma que me impulsiona a escutar nas nuvens clarões.
Desejo esse teu bálsamo comandado por um egoísmo animal.
Sinto que sou som, terra, trovoada e trovão.
O que me guia é teu mel esse doce aroma em repouso
Melaço corpo relâmpago, humedeces-me longe da chuva
Extasiando-me ao acariciar tal santuário – fonte despida.
Foste sincera, o céu destapou lá fora
Cessaste a tormenta, inverteste a deflagração.
Proferiste sentenças que clarearam o ímpeto da obscuridade.
Agora acalmo-me na luz vermelha dos anseios enamorados
E decidimos adensar ainda mais a película da sede translúcida
Que chove na pulsão destes nossos incandescentes corações.
Iremos envaidecer Afrodite numa canção que se irá erguer
No profundo som de um orgasmo apaixonado
Em tempestade

sexta-feira, novembro 04, 2011

Eros

Cabeças que se voltam a cada olhar
Sinfonizam anatomias na musculatura.
Gargantas que não libertam vozes
Seres sublimes - narcóticos da vista.
Por vezes castos ou até obscenos
Sufocam marcas iguais às dos deuses.
Rodam ossos até estalarem de delírios
Exalam aromas de um rubro néctar.
Saboreiam metais infligidos nos lábios
Inalam elos de fogo na caricia da pele.
Perfumam-se no prazer de se escutar
Entrelaçam-se seduzidos e permanecem
Intensamente
Extensamente
Delirantes